sábado, 8 de junho de 2013

A origem da RCC.

Em 1967, um grupo de jovens estudantes da Universidade de Duquesne, nos Estados Unidos, aplicaram-se a reler e a meditar os Atos dos Apóstolos, e a rezar, pedindo a Efusão do Espírito Santo, e lá tiveram uma experiência tão forte da Graça divina, que tal acontecimento tornou-se conhecido como o marco inicial da renovação Carismática na Igreja Católica. Desde então, estamos vivendo um dos grandes momentos da história da Igreja contemporânea. Cada um de nós, que hoje vive esta experiência tão forte com o Batismo no Espírito Santo, deve conhecer esta história para melhor compreender a grande Graça que lhe atingiu. A história que hoje vamos conhecer está baseada no Livro “Como um Novo pentecostes”, cuja autora, Patty Mansfield, foi uma das pessoas que vivenciaram o retiro de fim de semana que acabou se tornando um acontecimento histórico para a Renovação Carismática católica.
I . Antecedentes
Uma oração do papa João XXIII, proferida no início do Concílio Vaticano II, costuma vir à mente de muitos daqueles que têm refletido a explosão da RCC, ocorrida em 1967, Vêem-na como uma providencial resposta ao pedido de um novo Pentecostes, feito pelo Supremo Pontífice nesta oração:
‘Renova os teus milagres neste nossos dias, como em um novos Pentecostes. Permita que tua Igreja, unida em pensamento e firme em oração com Maria, a Mãe de Jesus, possa prosseguir na construção do Reino do nosso Divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino do amor e da paz. Amém’.
Desde o dia de Pentecostes, o Espírito Santo vem atuando, continuamente na Igreja, e o Senhor vem através dos séculos suscitando grandes santos , homens e mulheres plenos do Espírito Santo, que têm manifestado dons carismáticos extraordinários. É sabido que existiram no passado comunidades de católicos fiéis que experimentaram a presença do Espírito Santo atuando no meio delas, do modo como vemos na Bíblia e que ocorria nos primórdios da nossa Igreja. Consta que por volta de 1930, antes de ser sagrado Papa João XXIII, o Bispo Ângelo Roncalli costumava visitar uma pequena aldeia situada na Tchecoslováquia, onde os católicos vinham, desde o século XI, experimentando os Carismas, tais como se narra na Epístola aos Coríntios. Em 1938 chegaram a esta aldeia tropas nazistas, que mataram quase todos os seus habitantes, que para a glória de Deus, não renunciaram à sua fé. A testemunha disto é uma senhora de nome Anne Marie Schmidt, que conseguiu sobreviver à prisão em campos de concentração nazistas e russos.
A primeira pessoa beatificada pelo Papa João XXIII foi uma freira chamada Elena Guerra, fundadora em Lucca, na Itália, das Irmãs oblatas do Espírito Santo. Entre os anos de 1895 e 1903, a irmã escreveu doze cartas ao Papa Leão XIII pedindo a pregação permanente do Espírito Santo, “que é aquele que faz os santos”, e expressou ao Santo Padre o seu desejo de ver toda a Igreja unida em permanente oração, como o estavam Maria e os Apóstolos no Cenáculo, aguardando a vinda do Espírito Santo. Como resultado, o Papa Leão XIII publicou “Provida Matris Caritate”, onde pediu que a Igreja celebrasse, entre as festas da Ascensão e Pentecostes uma solene novena ao Espírito Santo; e publicou também a sua encíclica sobre o Espírito Santo, “Divinum Ilud Munus”, e em 1º de Janeiro de 1901, primeiro dia do século vinte, invocou o Espírito Santo e cantou ele mesmo o hino “veni, Creator Spiritus” em nome da Igreja. Mas, apesar da fraca resposta dos católicos ao chamado do papa Leão XIII, pessoas de outras denominações se puseram em oração ao Espírito Santo e receberam manifestações impressionantes dos dons e poder do Espírito Santo, até que nos meados da década de 1960 também a Igreja Católica começou a experimentar a Graça da Renovação Carismática. O Padre Eddward Oc´onnor, CSC, líder contemporâneo dos primórdios da Renovação Carismática Católica descreve, assim, a situação:
“Nos inícios da década de 60, uma onda de entusiasmo pelas vigílias de leitura da Bíblia e encontros de oração atravessou o país (EUA). Em Notre Dame (Universidade em South Bend, Indiana), notadamente nos anos de 1963/1964. Reuniões importantes eram realizadas, semanalmente, por um grupo de estudantes, muitos dos quais vieram a ter importante atuação no movimento pentecostal. Essas primeiras reuniões consistiam em leitura da Bíblia, preces de improviso, canto e discussão. Todavia, as orações eram menos espontâneas e a discussão era mais livre e mais humanística do que as das reuniões pentecostais anteriores. Em todas as manhãs de Domingo, era organizada uma Missa especial para os estudantes, na qual muitos participavam com um vigor espiritual que era notável para aquele tempo. A Missa era seguida de um desjejum, que era puro Ágape. Havia um bom número de estudantes que se reuniam para rezar as Vésperas diariamente. Naquele mesmo ano, foi introduzido o Cursilho, em South Bend, em grande parte por intermédio da dedicação de um estudante, chamado Steve Clark. Nos anos que se seguiram, o cursilho produziu um poderoso impacto espiritual em muitas centenas de pessoas, na cidade e no Campus. Por algum tempo, esses cursilhistas costumavam reunir-se para a Missa, uma vez por semana, à noite, na Capela Pangborn, de Notre Dame…No mesmo ano, teve início um outro grupo que se reunia no Seminário Moreau, onde muitos estudantes começaram a encontrar-se duas vezes por semana procurando desenvolver o seu crescimento espiritual, inspirados sob o signo da Nossa senhora e o seu exemplo. Por tudo isso vê-se que o fogo pentecostal que irrompeu na primavera de 1967, vinha sendo preparado por um considerável fermento de discussão, prece e atividade apostólica…”
Os homens que formavam o movimento dos cursilhos em Notre Dame nos meados dos anos sessenta, provinham de várias formações acadêmicas. Eram todos intelectuais de alto nível, e não obstante tivessem vários deles trabalhado em ação social, preocupavam-se seriamente com uma renovação espiritual litúrgica e individual. Mas a grande surpresa em Notre Dame foi a súbita e dramática conversão de um brilhante estudante de filosofia chamado Ralph Martin, que tinha ganho reputação de argumentador ateísta. Para muitos dos Cursilhistas em Notre Dame, assim como para Ralph Martin, Pentecostes chegou, indubitavelmente. Os cursilhos daquela época em Notre Dame, eram acompanhados de acontecimentos miraculosos, cura, discernimento dos Espíritos e preces atendidas. No ano de 1965, Ralph Martin, que então estava na Universidade de Princeton, e Steve Clark, de Notre Dame, deixaram a Universidade para ficar mais disponíveis para o serviço cristão, e passaram a integrar uma equipe na Universidade Estadual de Michigan e do Secretariado Nacional dos Cursilhos. Assim foi que ambos, entre 1965 e 1970 organizaram dúzias de reuniões de cursilhos através dos Estados Unidos, e as notícias sobre o Batismo no Espírito Santo foram espalhadas.
“Na primavera de 1966, dois professores da universidade de Duquesne tinham ingressado num estágio intenso de prece e de indagação sobre a vitalidade da sua fé. Um era professor de história; o outro, instrutor em teologia. Eles sentiam a necessidade de um maior dinamismo interior, a carência de uma força renovada para viverem como cristãos e para darem testemunho de Cristo. Ambos já estavam comprometidos com o Senhor por um bom número de anos; eram, ambos Cursilhistas…também exerciam o papel de moderadores da fraternidade do Campus de Duquesne, denominada Sociedade Chi Ro, que tinha sido fundada por um deles, alguns anos antes, com a finalidade de estimular a prática da oração e da participação na liturgia, a evangelização e a ação social.
Todavia, eles ainda queriam “algo mais”. Não tinham uma noção exata daquilo que queriam e que ainda estava faltando, mas fizeram um pacto de mútua oração nesse sentido. Da primavera de 1966 em diante, eles rezavam diariamente para que o Espírito santo renovasse neles todas as graças do Batismo e da Crisma, para que, com o poder e o amor de Jesus cristo, Ele preenchesse neles o vácuo deixado pelas deficiências do esforço humano. Diariamente aqueles dois homens rezavam a linda e famosa ‘sequência dourada’ que é usada pela Igreja na liturgia de Pentecostes.
Ó Espírito de Deus, envia do céu um raio de luz!/ Pai dos miseráveis, vossos dons afãveis dai aos corações./ Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívo, vinde!/ No labor, descanso, na aflição, remanso, no calor, aragem./ Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!/ Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele./ Ao sujo lavai, ao seco rogai, curai o doente./ Dobrai o que é duro, guiai-nos no escuro, o frio aquecei./ Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons./ Dai em Prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém.
Em Agosto de 1966 estes dois professores encontraram-se com Ralph Martin e Steve Clark na Convenção Nacional dos Cursilhos e receberam destes cópias dos livros “A Cruz e o punhal” e “Eles falam em outras línguas”, que tratam da experiência pentecostal. Impressionados com a clareza que agora viam do papel do Espírito Santo na vida de quem crê, procuraram um ministro da Igreja episcopal, que embora não tivesse vivido a experiência do batismo no Espírito os conduziu a uma paroquiana sua, chamada Flo Dodge. Esta paroquiana, com seu grupo carismático de oração, os levou e, mais dois professores da Duquesne, a receber o batismo no Espírito Santo.
II . O Fim de Semana de Duquesne
A sociedade Chi Ro estava organizando um retiro para os estudantes da Duquesne, quando os dois professores, que eram conselheiros desta sociedade, sugeriram uma modificação no tema do retiro, de “sermão da montanha” para “Atos dos Apóstolos”. segundo recorda Patty Mansfield, então estudante da Duquesne e participante do retiro, “os dois professores não fizeram nenhuma referência específica ao batismo no Espírito Santo, mas deixaram transparecer um sentimento de antecipação e de alegria, que era profundo. “, o que a levou, junto com outros estudantes, a ficar curiosos quanto ao Que aconteceria no retiro.
No dia 17 de Fevereiro de 1967, vinte e cinco estudantes aproximadamente, acompanhados pelo capelão do Campus, que era um padre da ordem do Espírito Santo, dirigiram-se para um centro de retiros chamado “The Ark and the Dove”, situado na região de North Hills, e pertencente à Diocese de Pittsburg. Os professores orientaram o grupo para que cantassem o hino “Veni Creator Spiritus” em cada sessão, implorando a vinda do Espirito Santo. As palestras teriam o seu foco nos primeiros quatro capítulos dos Atos dos Apóstolos. Na noite de sexta-feira, logo após a abertura do evento, na Capela, o instrutor conselheiro levantou uma imagem de Nossa Senhora em que ela está com as mãos erguidas em atitude de oração. Ele fez uma descrição de Maria como uma mulher de fé e de oração. Depois da meditação sobre Maria houve um serviço de contrição e penitência. Para o dia seguinte, os professores coordenadores haviam convidado Flo Dodge, para que participasse do retiro e apresentasse umas palavras aos estudantes. Sua apresentação versou sobre a realeza de Jesus Cristo e sobre o Batismo no Espírito Santo. Para mais tarde, à noite, estava programada uma festa de aniversário para alguns dos participantes, mas muitos dos jovens foram se sentindo individualmente induzidos a se dirigirem para a capela, aonde experimentaram, de forma manifesta, o Batismo no Espírito Santo. No Domingo, ouviram uma palestra sobre o capítulo segundo dos Atos dos Apóstolos, no fim do dia os estudantes se retiraram com a recomendação de lerem o livro de John Sherril, “Eles falam outras línguas”. Durante algumas semanas após o fim de semana, alguns dos professores e dos alunos da Universidade compareceram às reuniões de oração da casa de Flo Dodge, e depois esta reunião deixou de existir. Certamente, já havia preenchido sua finalidade. Enquanto isto, um dos professores foi a South Bend e testemunhou para um grupo de trinta estudantes e alguns amigos a maravilha que é viver Pentecostes em nossos dias. Estes pediram que se orasse para que recebessem o Batismo no Espírito Santo. Mais tarde, começaram a realizar-se, regularmente, em Notre Dame, encontros católicos Carismáticos de oração, e se difundia cada vez mais a Graça do Batismo no Espírito. Duquesne, Notre Dame, Michigan, e um número enorme de católicos têm sido Batizados no Espírito Santo.
III. Alguns Trechos do Testemunho de Patty Mansfield
” …Conquanto me tenha parecido útil o estudo de Teologia em Duquesne, logo percebi que a minha ânsia não era somente aprender sobre Deus, mas sim, conhecer a Deus. Conhecê-lo de uma maneira mais profunda e mais pessoal…Aquele breve encontro com o Espírito Santo ensinou-me mais do que a vida inteira de estudo. Eu me senti capturada pela beleza e pela bondade do Deus vivo. A Caridade e o amor de Jesus me tinham arrebatado…”
” Foi importante que tivéssemos a atenção dirigida a Maria nos momentos iniciais do nosso retiro. Ela estava presente na Anunciação quando a Palavra tornou-se carne, assim como na Natividade, trazendo-nos Jesus ao mundo. Ela estava presente ao pé da cruz, quando recebemos a nossa Redenção, em Pentecostes, no instante em que nasceu a Igreja. No plano de Deus, era também necessário que Maria estivesse “conosco”, explicitamente naquele momento em que passávamos pela experiência de participarmos naquele fim-de-semana de um majestoso movimento do Espírito Santo. Os Padres da Igreja chamam Maria de “a esposa do Espírito Santo”. Como poderia ela deixar de estar presente naquela atuação do Espírito de Deus? ”
“Ficou claro que na hora do serviço da penitência o Espírito Santo tinha muito que trabalhar, mostrando-nos a nossa culpa no pecado. Eu tive a compreensão de como todos nós nos assemelhávamos em nossa carência de misericórdia divina, quando escutei os meus amigos rezando e admitindo o quanto era pecaminosa a nossa existência. Só então fui capaz de, pela primeira vez na vida, oferecer uma oração espontânea em voz alta, seguida de lágrimas, envergonhada…”
“Tive então que admitir que, embora eu conhecesse e amasse Jesus, na realidade ele não estava no centro de minha vida. Eu ainda não o tinha sentido como aquele que me segura e sustenta, mantendo-me inteira, Aquele em torno de quem giram todas as outras pessoas, com seus projetos e seus interesses. Para ser sincera, a verdade é que era ainda eu quem estava no comando (ou pensava que estava…). Meu relacionamento com Jesus era de puro interesse…o meu interesse! Essa atitude poderia ser caracterizada pelo seguinte tipo de oração: ‘Senhor, abençoai os meus planos. Fazei a minha vontade, de acordo com o meu cronograma, ou seja: imediatamente. Amém”.
“Eu sempre havia acreditado, por força do dom da fé, que Jesus está presente em Pessoa no Santíssimo Sacramento, mas nunca tinha presenciado a Sua Glória. No momento em que me ajoelhei, meu corpo todo tremeu diante da Sua Majestade e Santidade. Em Sua presença fiquei cheia de deslumbramento reverencial. Ele estava lá…o Reis dos reis, o Senhor dos senhores, o Altíssimo Deus do universo! Senti-me tomada pelo temor e disse para mim mesma: ‘Sai fora daqui, depressa, porque alguma coisa vai acontecer a você se permanecer na presença de Deus’. Mas, no entanto, sobrepassando o tempo, havia o desejo de permanecer diante do Senhor”.
“É, ao ficar alí ajoelhada diante de nosso senhor Jesus cristo no Santíssimo Sacramento, orei pela primeira vez na minha vida a oração que eu poderia chamar de rendição incondicional. Na quietude do recôndito do meu coração orei: ‘Pai, eu te entrego minha vida e, o que quer que Tu queiras de mim será a minha escolha. Mesmo se isso significar sofrimento, eu aceitarei. Ensina-me, somente a seguir o teu Filho Jesus e a aprender a amar com Ele “.
“E enquanto ali permaneci, fui inundada da ponta dos dedos da mão até a ponta dos pés pela sensação profunda do amor pessoal de Deus por mim…o Seu amor cheio de piedade. Fui particularmente atingida pela tolice absurda do amor de Deus por mim, um amor tão absolutamente imerecido e que me era dado com tão generosa grandeza. Não há nada que você ou eu possamos fazer para merecer o amor de Deus. Ele é dado livremente, generosamente, da abundância da sua bondade. O nosso Deus é um Deus de amor. Ele nos criou num ato de amor e para o amor nos destinou. Nós somos a Sua gente. Nós pertencemos a ele. Não importa o que tenhamos feito, não importa o que sejamos, Seu amor é para nós! Quando eu retorno em pensamento ao que aconteceu naquela capela, o que eu senti naqueles momentos foi captado e traduzido lindamente pelas palavras de Sto Agostinho: ‘Senhor, Tu nos criaste para Ti, e os nossos corações não encontram sossego enquanto não repousarem em Ti”.
“Cheguei a ter dúvidas sobre se Deus tencionava que aquela experiência abrangesse toda a Igreja, tendo em vista o fato de que não houve uma entusiástica reação em seu favor… mas o Senhor falou-me através de uma profecia que eu registrei: “Meu Espírito é para todos os homens. Eu prometi, eu darei. Abram os seus olhos, abram os seus corações, abram as suas mãos e as levantem a mim…” Ficou assim, definitivamente claro para mim que Deus desejava fazer fluir o Seu Espírito sobre todos os homens e mulheres deste mundo. Como nós, em Duquesne, havíamos sido beneficiados com uma nova efusão do Espírito Santo, tínhamos o dever de proclamá-lo para todas as pessoas que quisessem ouvir. Recordo-me que um dos nossos professores conselheiros na CHI RHO nos disse: ‘Os santos ainda estão lá fora’ Ele quis dizer que Deus ainda tinha gente Sua lá fora’, no mundo, que tinha a intenção de transformar e utilizar através do poder do seu Espírito. Poderia ser o nosso testemunho, o instrumento que os iria conduzir até Deus. Eles viriam a ser santos e a realizar grandes feitos para o Reino, enquanto que nos permaneceríamos, discretamente, na retaguarda. Mas seria o nosso testemunho o chamado que os empurraria para a frente, para o serviço de Deus”.

Corpo de São Pio de Pietrelcina é exposto permanentemente



O corpo incorrupto de São Pio de Pietrelcina, o nosso "Padre Pio", o santo mais querido e venerado na Itália foi exposto para veneração permanente dos fiéis na Basílica Inferior, na cidade de San Giovanni Rottondo, aos pés do Monte Gargano, o monte de São Miguel.


A cerimônia de exposição das relíquias do santo foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato*, prefeito da Sagrada Congregação para a causa dos santos, no último primeiro de junho.









Seguem algumas fotos dos fiéis venerando as santas relíquias, o corpo incorrupto de um dos maiores santos do nosso tempo:













*Tinha colocado o nome do Cardeal Angelo Bagnasco, ao invés de Angelo Amato. A confusão dos nomes se deu porque estava lendo um artigo da Missa dos 126 anos de Nascimento de Padre Pio em sua cidade de origem, Pietrelcina presidida pelo Cardeal de Gênova e Presidente da CEI, Angelo Bagnasco, no último 25 de maio. Agradeço aos amigos pela correção:

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Um milagre eucarístico impressionante na Itália.


Zenit
O sacerdote franciscano Paolo Spring tem desde 1997 uma missão que está plenamente relacionada com sua vocação: cuidar do milagre eucarístico que se encontra na basílica de São Francisco na cidade de Siena, localizada na região da Toscana, ao norte da Itália.
Semanalmente, recebe dezenas de grupos de peregrinos, desde crianças que se preparam para a primeira comunhão, até estrangeiros que aproveitam sua viagem para visitar essa cidade cheia de arte, história e espiritualidade, para ver um dos milagres eucarísticos mais impressionantes, o milagre das223 hóstias consagradas há 280 anos que até agora estão intactas em uma das capelas laterais da basílica.
Ao acolher os fiéis, o padre lhes conta a história do milagre em inglês ou italiano, e ele mesmo, ao narrá-la, maravilha-se diante desse feito, como se fosse a primeira vez que escuta a história.
“Eles vêm de todo o mundo, onde há católicos. Vêm para ver o milagre. Quando chegam, cantam, comovem-se e choram de alegria”, disse o sacerdote.
Uma alegria que contagia e renova até mesmo o sacerdote, mas ele conhece a história há muito tempo. Ainda recorda a primeira vez que viu estas hóstias: “No final dos anos 70, em uma peregrinação, quando vim aqui e conheci o milagre, pensei: deve permanecer bem protegido, deve ser divulgado, devemos trabalhar para quem vem até aqui entender, e ir embora com esse milagre em seu coração”.
Milagre diário
Foi em 1730. Em 14 de agosto, véspera da festa da assunção da Virgem Maria, em todas as igrejas de Siena, os sacerdotes consagraram hóstias adicionais para quem quisesse receber o Corpo de Cristo no dia seguinte.
À noite, todos os sacerdotes de Siena se reuniram na catedral principal dessa cidade para fazer uma vigília e deixaram suas respectivas igrejas sozinhas. Alguns ladrões aproveitaram e entraram na basílica de São Francisco para roubar o copo de ouro com as hóstias consagradas.
Na manhã seguinte se deram conta de que as hóstias não estavam e, no meio da rua, um paroquiano encontrou a parte de cima do copo. Confirmou assim que o corpo de Cristo havia sido roubado. Os habitantes de Siena começaram a rezar para que aparecessem as hóstias.
Três dias depois, enquanto um homem estava orando na igreja de Santa Maria em Provenzano, muito próximo da Basílica de São Francisco, notou que havia algo de cor branca dentro de uma caixa destinada para doação dos pobres. Imediatamente informaram ao arcebispo e chegaram para ver do que se tratava.
Abriram a caixa, eram as 351 hóstias consagradas – o mesmo número de hóstias que foram roubadas. “Esses três dias foram como os dias entre a Crucificação e a Ressurreição”, disse o padre Spring. Estavam cheias de poeira e teia de aranha. Os sacerdotes as limparam cuidadosamente.
Então houve um dia de adoração e reparação. Milhares de fiéis foram até a basílica para agradecer a descoberta. Essas não foram distribuídas, ao que parece, porque os franciscanos queriam que os peregrinos as adorassem até o momento em que se deteriorassem (porque ao se deteriorar, desaparece a presença real de Cristo).
Mas as hóstias permaneciam intactas e com um odor muito agradável. As pessoas começaram a considerá-las milagrosas e cada vez iam mais peregrinos para orar diante delas. Algumas poucas foram distribuídas em ocasiões especiais.
Hoje, 280 anos depois, permanecem 223 hóstias que apresentam o mesmo estado que tinham no dia em que foram consagradas. “Em diversas etapas foram examinadas e fisicamente conservam todas as características de uma hóstia recém-feita”, explica o padre Paolo.
Em 1914, foi feito um exame mais rigoroso desse milagre, por disposição do Papa São Pio X. “As Sagradas Partículas resultaram em perfeito estado de consistência, lúcidas, brancas, perfumadas e intactas”, disse padre Spring.
Também foi concluído nesse exame que as hóstias roubadas foram preparadas sem precauções científicas e guardadas em condições normais, e em circunstâncias normais a deterioração deveria ter sido rápida.
Em 14 de setembro de 1980, o Papa João Paulo II viajou a Siena para celebrar os 250 anos desse Milagre Eucarístico. Ao ir, disse: “é a Presença”. Também foram orar diante dessas hóstias santas, personagens como São João Bosco e o beato Papa João XXIII.
Para o padre Spring, o Milagre Eucarístico de Siena “representa uma prova do amor de Deus para nós e a presença para nos sustentarmos contra as dúvidas e dificuldades, o milagre com o qual Deus Pai está ajudando a Igreja a não ter medo, para viver a presença de seu fundador enviado pelo Pai para fazer sua vontade”.
“Aqui existem duas coisas milagrosas”, diz o padre Spring, apontando as hóstias consagradas há quase três séculos. “O tempo não existe, se deteve”. E o sacerdote explica o segundo milagre: “os corpos compostos e as substâncias orgânicas estão sujeitos a murchar”. É um milagre vivo, contínuo, não sabemos até quando o Senhor o permitirá”, conclui o sacerdote.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Para que serve uma Universidade, afinal, se ela não tem como FUNDAMENTO a VERDADE?


Cada vez fica mais evidente a atual crise das Universidades.

Essa não se refere a fatores econômicos, nem mesmo ao fato dos jovens chegarem ao ensino superior com um nível de aprendizagem cada vez mais baixo, mas sim a uma verdadeira crise de identidade. A pergunta séria, que muitos querem silenciar, é simplesmente: para que serve uma Universidade? É interessante a questão sobre o que deveria inspirar uma Universidade, algo que não é de hoje, pois foi colocada por diversos pensadores do século passado. Damos uma resposta aqui a partir das reflexões do filósofo e teólogo alemão Romano Guardini, que se dedicou ao ensino universitário por mais de 60 anos, desde o início do século XX[i].
Para ele, a Universidade é o lugar por excelência onde se pode dizer e escutar a verdade. De modo que essa instituição «adoece quando a verdade deixa de ser o ponto de referência principal do saber universitário» (pg. 40).
Quando Guardini defendeu essa tese, trazia na memória as experiências sofridas durante a tirania nazista, na qual muitos intelectuais se comprometeram com uma ideologia que aparentemente queria aplicar uma verdade, mas que vivia da mentira e da violência. Para ele, a causa da traição de vários intelectuais daquele período foi a tese de que a verdade existe para servir à vida. O filosofia vitalista de F. Nietzsche, de fato, defendia que a verdade nada mais era do que um conjunto de metáforas, uma invenção dos débeis para dominar os mais fortes.
Para a dita filosofia a verdade deve servir à vida, à produção, ao sucesso (também do Estado), em uma palavra, a tudo o que é útil à vida. E o que seria útil à vida? Isso seria decidido pela vontade mesma. Surgia assim a tirania da «vontade de poder», uma vontade forte desligada do compromisso para com a verdade e para com o bem de todos. Nesse contexto, a Universidade nada mais seria do que uma peça da engrenagem da máquina estatal para transmitir os “novos valores” ao povo alemão. O Estado seria o detentor único de uma filosofia superior que afirmaria a supremacia da vida do novo homem.
Para Guardini, essa doutrina é falsa e destrutiva, e isso pode ser demonstrado não só filosoficamente, mas também através da história. Pois o homem vive daquilo que está acima dele. O homem é como uma árvore invertida, que possui suas raízes no Céu, como bem viu Platão[ii]. A vida não pode ser o valor supremo, pois essa tem em si aspectos contraditórios. Os animais são governados pelo instinto, mas o homem pode dizer não a eles. O homem é um ser livre e pode querer inclusive o que vai contra a sua própria vida própria e a do seu próximo. No ser humano há não só a vontade de viver, mas também o instinto de morte. Como poderia, pois, a verdade servir à vida, sendo que essa possui um caráter contraditório?
Historicamente se viu que quando a vida é colocada acima da verdade, paradoxalmente, surge todo tipo de atrocidade. Quando uma vida ideal – a ideologia da segurança e do bem-estar a todo custo – é buscada independentemente da verdade, os homens reais correm o risco de sofrer todo tipo de brutalidade. A busca por um “super-homem” foi uma ilusão que causou o extermínio de milhões de seres humanos reais, e deveríamos aprender algo com a história.
Sendo assim, o único modo de se defender a vida é, por incrível que pareça, afirmar o primado da verdade sobre ela. Somente em relação à verdade a vida humana se torna justa e reta. «Acima da vida deve estar algo que não depende dela, que não a serve, mas que tem em si mesmo uma excelência: a verdade. Saber isso, descobrir isso em modo sempre novo, experimentá-lo, anunciá-lo: eis o papel das Universidades. Se isso é esquecido, a Universidade perde o seu sentido. Torna-se uma escola profissionalizante entre outras, que possui um significado prático, mas não um valor espiritualmente essencial» (p. 27).
A Universidade deve servir à busca da verdade por si mesma. A razão da crise de identidade das Universidades atuais consiste no fato de que as ciências busquem a verdade, mas culturalmente somos levados a crer que a verdade não existe. Muitas vezes o dogma da inexistência da verdade é “ensinado” nas mesmas Universidades, as quais deveriam alimentar nos alunos o desejo de descobrir e de servir à verdade. Surge assim uma tensão na comunidade acadêmica: entre os que buscam a verdade por si mesmo e os que se deixam seduzir pelo ceticismo, o qual se manifesta em uma destrutiva «vontade de poder».
Certamente, só quando a Universidade busca a verdade por si mesma pode contribuir para salvaguardar a dignidade inalienável da pessoa humana e a sua própria identidade. O risco da Universidade é o de colocar-se ao serviço de algo que seja inferior à verdade mesma: seja ao Estado, seja aos interesses de mercado. Uma Universidade digna desse nome deve guiar-se pela vontade sincera de verdade e não pela «vontade de poder», de sucesso político ou de lucro. Só assim ela continuará sendo um verdadeiro caminho verso algo de único (uni-versus), a verdade, que é objetiva e a única a garantir realmente a defesa da dignidade da vida humana.
Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.
[i] R. Guardini, Tre scritti sull’università, Morcelliana, Brescia 1999. O terceiro texto do livro é uma das últimas conferências de Guardini e tem o título: “Vontade de poder ou vontade de verdade? Um interrogativo para a Universidade”.
[ii] Platão, Timeo, 90a. O filósofo francês Rémi Brague (1947), vencedor do prêmio Ratzinger 2012 retormou recentemente esse tema platônico, dizendo que o homem tem suas âncoras no céu. Cfr. R. Brague, Ancore nel cielo. L’infrastruttura metafisica, Vita e Pensiero, Milano 2011.

A Resposta Católica: Culto aos Santos e suas Imagens.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Milagre eucarístico de Buenos Aires e o Papa Francisco.


Em 1996, o Papa Francisco, então Cardeal Jorge Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, conduziu verificação para comprovar milagre eucarístico acontecido na capital argentina. O chamado milagre eucarístico de Buenos Aires ocorreu quando uma hóstia consagrada tornou-se carne e sangue, o Cardeal ordenou que se chamasse um fotógrafo profissional

 para tirar fotos do acontecimento para que os fatos não se perdessem. Depois foram conduzidas pesquisas de laboratório coordenadas pelo Dr. Castañón.
“Os estudos mostram que a matéria colhida da hóstia era uma parte do ventrículo esquerdo, músculo do coração de uma pessoa com cerca de 30 anos, sangue tipo AB, que tivesse sofrido muito com a morte, tendo sido golpeado e espancado. Os cientistas que realizaram o exame não sabiam que era material proveniente de uma hóstia consagrada, isso só lhes foi revelado após a análise, e foram surpreendidos porque haviam encontrado glóbulos vermelhos e brancos pulsando durante a análise, como se o material tivesse sido colhido direto de um coração ainda vivo.”
“As l0h de 18 de agosto, o padre Alejandro Pezer celebrava a santa Missa em uma igreja no centro comercial de Buenos Aires. Como estava já terminando a distribuição da sagrada comunhão, uma mulher veio até a ele e informou que tinha encontrado uma hóstia descartada em um candelabro na parte de trás da igreja. No lugar indicado, o Padre viu a hóstia profanada. Como ele não pudesse consumi-la, colocou-a em uma tigela com água, como manda a norma local, e colocou-a no Santuário da Capela do Santíssimo Sacramento, aguardando que dissolvesse na água.”
“Na segunda-feira 26, ao abrir o Tabernáculo, viu com espanto que a hóstia havia se tornado uma substância sangrenta. Relatou o fato então ao Arcebispo local, Cardeal Dom Jorge Bergoglio, que determinou que a hóstia fosse fotografada profissionalmente. As fotos foram tiradas em 6 de setembro de 1996. Mostram claramente que a hóstia, que se tornou um pedaço de carne sangrenta, tinha aumentado consideravelmente de tamanho.”
“Durante anos a hóstia permaneceu no tabernáculo e o acontecimento foi mantido segredo. A hóstia não sofreu decomposição visível, o Cardeal Bergólio decidiu mandar analisá-la cientificamente. Uma amostra do tecido foi enviando para um laboratório em Buenos Aires. O laboratório relatou ter encontrado células vermelhas e brancas do sangue do tecido de um coração humano. O laboratório também informou que apresentava características de material ainda vivo, com as células pulsantes como se estivesse em um coração.”
“Em l999, foi solicitado ao Dr. Ricardo Castañón Gomez que realizasse exames adicionais. Em 5 de outubro de 1999, na presença de representantes do Cardeal Bergoglio, o Dr. Castañón retirou amostras do tecido ensanguentado e enviou a Nova York para análises complementares. Para não prejudicar o estudo, propositalmente não foi informado à equipe de cientistas a sua verdadeira origem. O laboratório relatou que a amostra foi recebida do tecido do músculo do coração de um ser humano ainda vivo.”
“Cinco anos mais tarde, o Dr. Gomez chegou à seguinte conclusão: ‘O material é fragmento do músculo cardíaco que se encontra na parede ventrículo esquerdo, bombeia sangue para todas as partes do corpo. O músculo tinha uma condição inflamatória e um grande número de células brancas do sangue, o que indica que o coração estava vivo no momento da colheita da amostra, já que as células brancas do sangue morrem fora de um organismo vivo. Além do mais, essas células brancas do sangue haviam penetrado no tecido, o que indica ainda que o coração estava sob estresse severo, como se o proprietário tivesse sido espancado.’”
“Evidentemente, foi uma grande surpresa para o cardiologista saber a origem do tecido. Dois australianos, o cientista Mike Willesee e o advogado Ron Tesoriero, testemunharam os testes. Ao saberem de onde a amostra tinha sido recolhida, demonstraram grande surpresa. Willesee perguntou ao médico por quanto tempo as células brancas do sangue teriam permanecido vivas se tivessem vindo de um pedaço de tecido humano que permaneceu na água. “Elas deixariam de existir em questão de minutos”, disse o Dr. Zugibe. O médico foi então informado que a amostra fora deixada em água durante um mês e, em seguida, durante três anos água destilada.”
“O Dr. Willesee declarou que não há maneira de explicar cientificamente este fato: “Como e por que uma Hóstia Consagrada pode mudar e tornar-se Carne e Sangue humanos? Permanece um mistério inexplicável para a ciência.”