sábado, 16 de maio de 2015

NOVENA DE PENTECOSTES
















NOVENA DE PENTECOSTES

ABERTURA (Para todos os dias)

  1. Canto inicial
  2. Invocação

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e ascendei neles o fogo do vosso amor.
D. (dirigente) – Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R. (resposta dos participantes) – E renovareis a face da terra.

Oremos: Deus, que instruístes o coração dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo: fazei que apreciemos retamente todas as coisas, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

  1. Oração Introdutória: (Em 2 grupos ou coros: grupo A e grupo B; D: dirigente; T: todos).

A – Vinde, Espírito Santo, e enviai-nos, do alto do céu, um raio da vossa luz!

B – vinde, Pai dos pobres, vinde, fonte de todos os dons, vinde, luz dos corações!

A -  Consolador magnífico! Doce hóspede da alma! Doce reconforto!

B – Sois repouso para o nosso trabalho, calmante para as nossas paixões, lenitivo para as nossas lágrimas!

A – Ó luz da felicidade, inundai plenamente os corações dos vossos fiéis!

B – Sem o vosso auxílio, nada pode o homem, nada produz de bom!

A – Lavai as nossas manchas! Banhai a nossa aridez! Sarai as nossas feridas!

B – Dobrai a nossa dureza! Aquecei a nossa fraqueza! Retificai os nossos erros!

A – Dai aos vossos fiéis, que em vós confiam, os sete dons sagrados!

B – Dai-nos o mérito da virtude! Dai-nos o troféu da salvação! Dai-nos a alegria eterna!

T – Amém! Aleluia!

  1. Passar à página do dia próprio da Novena (primeiro dia, segundo dia,...)

11. Benção Final (para todos os dias). Se houver um sacerdote presente, ele deve conduzir este momento).
- Pai Nosso...
- Ave Maria...
- Glória ao Pai...

T – Assim como nos reunimos em vosso nome, ó Divino Espírito Santo, concedei-nos, por vosso amor, a graça de permanecermos sempre unidos na justiça evangélica e na solidariedade fraterna. Que nunca nos esqueçamos e nos afastemos de vós, e alcancemos juntos verdadeira e eterna felicidade. E que esteja sobre nós, sobre nossos amigos e familiares, sobre nossos intercessores e colaboradores, bem como sobre todos aqueles com quem ainda não vivenciamos a plena comunhão e caridade, a benção do Deus único e todo poderoso que é Pai U, Filho U e Espírito Santo U. Amém!

12. Cântico Final
Abraço de Paz; Recomendações; Despedidas.

PRIMEIRO DIA:
“O Espírito Santo no seio da Santíssima Trindade”

Abertura (Página inicial)

  1. Leitura Bíblica: Mt 3, 13-17

  1. Reflexão Catequética (Dirigente)


  1. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

  1. Cântico

  1. Oração Final

A – Espírito Santo, que conduzistes os profetas por desertos de areia ou pela amplidão dos mares,

B – Sopra sobre nossos olhos, a fim de que, por toda a parte, saibam ver a Trindade Santa.

A – Sopra sobre nossos lábios, a fim de que só digam e cantem a Verdade que liberta.

B – Abre nossos corações À Beleza do mundo, ao alegre esplendor das formas sensíveis,

A -  para que todos os nossos encontros sejam sempre louvores a Deus e motivos de amor,

B -  e todas as criaturas constituam oportunidades que nos levem ao Criador. Amém

10. Sugestão de Atividade em casa: LER 2 Cor 13,13 ; 1Cor 12,4-6; Mt 28,16-20

Consagração ao Divino Espírito Santo (em casa)
 Ó Espírito Santo, Divino Espírito de luz e de amor, eu vos consagro a minha inteligência, o meu coração e a minha vontade, todo o meu ser, no tempo e na eternidade.
Que a minha inteligência seja sempre dócil às vossas celestes inspirações e à doutrina da Santa igreja Católica, de que sois guia infalível.
Que o meu coração seja sempre inflamado de amor de Deus e do próximo.
Que a minha vontade seja sempre conforme à vontade divina, e que toda a minha vida seja uma imitação fiel da vida e das virtudes de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a quem, com o Pai e convosco sejam dadas honra e glória para sempre. Amém.

  1. Benção Final (folha inicial)
  
SEGUNDO DIA:
“O Espírito Santo é Deus”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: 1Cor 2,9-12

07. Reflexão Catequética (Dirigente)


08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final

A – Espírito Santo, necessitamos muito de vossa ajuda para conhecer o caminho que devemos seguir.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

B – Temos necessidade de vós, para que o nosso coração, inundado pela vossa consolação, se abra, e que, muito além das palavras e dos conceitos, possamos perceber em nós a vossa presença de Pessoa Divina.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

A – Cremos, ó Espírito Santo, que viveis na Igreja e em nós, sois o hóspede permanente, sempre a modelar em nosso ser a figura e a forma de Jesus Cristo.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

B – Nós nos dirigimos também à vós, Maria, Mãe da Igreja, que vivestes a plenitude inebriante do Espírito Santo, experimentastes a sua força em vosso ser, e o vistes operando em vosso filho Jesus: Intercedei por nós, para que nossa mente e o nosso coração se abram à ação divina.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

A -  Fazei com que tudo o que pensamos, fazemos ou ouvimos, todos os nossos gestos e todas as nossas palavras, sejam tão somente abertura e disponibilidade a este único Santo Espírito  que forma a Igreja no mundo.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

B -  Edifica o corpo de Cristo na história; promove o testemunho da fé; consola e conforta; plenifica de confiança e de paz o nosso coração, mesmo em meio às dificuldades e tribulações.
T – Dai-nos, ó Pai, por Jesus, o vosso Espírito Santo!

T – Nós o pedimos, Pai, juntamente com a intercessão de Maria e de todos os santos, e em nome de vosso filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

10. Sugestão de Atividade em casa: LER At 5,1-6 ; Rm 8,5-15


11. Benção Final (folha inicial)


TERCEIRO DIA:
“O Espírito Santo é uma Pessoa”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: At 13,1-4

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final (J. Galot, S.J.)

A – Espírito Santo, contemplar-te, é mergulhar o olhar no invisível, em pleno mistério de Deus.

B – Não tens um semblante de Evangelho como o Cristo, nem uma face de Pai; mesmo renunciando a te imaginar um rosto, queremos aderir a ti com todas as nossas forças.

A -  Não tens um semblante porque és o fogo do amor que reúne os semblantes do Pai e do Filho, para não formar senão um só, numa sublime fusão.

B – Vives nos semblantes de outrem, como sua vida mais secreta, e és tu que nos revela o autêntico semblante do Salvador, bem como o do Pai Celeste.

A -  És abismo de profundidade, recôndito inexpugnável e inexprimível de se representar em traços delimitados.

B -  Tu és o sopro que emana do Pai e do Filho e que vem animar nosso espírito, formar-nos uma feição espiritual.

A -  Tu és a inspiração de nossa alma, o pensamento do nosso pensamento, o impulso de nossa vontade, a força do nosso amor.

B – Tu é a vida divina que vem nos fazer viver o Cristo, que invade nosso ser para transfigura-lo.

A -  Tu nos ultrapassas infinitamente e no entanto, és tão íntimo à nós;

B -  Não resides num longínquo abstrato, mas no concreto palpitante de nossa existência.

T – Contemplar-te, é deixar-se tomar pela torrente de um amor que transborda e se apossa de toda a nossa pessoa humana. Amém.

10. Sugestão de Atividade em casa: Procura em sua Bíblia as indicações dos textos da Reflexão Catequética de hoje, e se possível, identificar outros exemplos de AÇÕES PESSOAIS do Espírito Santo.

11. Benção Final (folha inicial)


QUARTO DIA:
“O Espírito da Promessa no Antigo Testamento”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: Ez 36, 24-28

07. Reflexão Catequética (Dirigente)


08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final (Edith Stein + Liturgia Oriental)

A – Quem és tu, doce luz que inundas e aclaras a noite do meu coração? Tu me guias com tua mão maternal. Se me desamparas, não avanço mais, nem sequer um passo.

B – Tu és o espaço que cerca o meu ser e no qual tu te ocultas. Se me abandonas, caio no abismo do nada, do qual me chamaste para o ser.

A – Estas mais próximo de mim que eu, és mais íntimo de mim que meu íntimo.

B – E, contudo, ninguém te atinge, ninguém te compreende.

T – E nenhum nome pode aprisionar-te: Espírito-Santo-Eterno Amor.

A -  Vem, Espírito Criador venerado e todo-poderoso, pelo qual tudo foi feito.

B -  Tu tens tudo em tuas mãos, tu que estás acima de toda sabedoria e de todo poder.

A – Nada pode descrever-te, compreender-te, sondar-te.

B – Tu terminas toda a criação em sua essência; tu és inseparável de todas as coisas em sua força.

A – Nós te bendizemos, Senhor de todas as coisas e muito bom!

B – De ti procedem toda existência, toda respiração, todo pensamento, todo conhecimento de Deus.

A – Nós te bendizemos porque és tu que fazes ver a beleza do céu, o percurso do sol,

B – o círculo da lua, a magnificência das estrelas.

T – Por isso nós proclamamos: glória a ti, Espírito Criador!

D – Divino Espírito Santo.

T – Iluminai-nos!

10. Sugestão de Atividade em casa: LER Jl 3,1-2; Ez 36,26-27 e Is 44,3 – Repetir, por diversas vezes durante o dia, jaculatórias como: “Divino Espírito Santo, iluminai-me”; “Espírito Divino, concedei-me os vossos santos dons”;  “Renova-me, Divino Espírito Santo”, e outras que espontaneamente surgirão.
  
11. Benção Final (folha inicial)


QUINTO DIA:
“A catequese de Jesus sobre o Espírito Santo”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: Jo 14, 12-17

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final (Carmela do Espírito Santo)

A – Vem, Espírito Santo, e santifica-me. Vem Espírito de Verdade, e enche-me de ti. Que a tua sapiência divina me instaure na Verdade.

B – Eu desejo que a Verdade reine na minha mente, nas minhas palavras, nos meus afetos, nas minhas ações, evitando tudo que lhe seja contrário, não só a mentira, senão também a dissimulação, a duplicidade,a falta de sinceridade.

A – Vem, Espírito de paz, e dá-nos atua paz,  a paz profunda que dilata a alma e a torna apta às tuas operações; a paz que acalma e domina todo o sensível.

B – Vem, Espírito de caridade, faze-me tão inflamado de teu amor, que o faça transbordar sobre as almas, que eu desejo levar a ti.

A -  Oh, Divino Espírito! Transforma-me em amor. Só assim poderei responder plenamente a teu convite, e ser útil à Igreja.

B -  Ó Espírito da Verdade, faze-me conhecer o Verbo, ensina-me a lembrar-me sempre de tudo quanto ele disse.

A – Ilumina-me, guia-me, torna-me, conforme Jesus, em outro Cristo, comunicando-me as suas virtudes,

B – sobretudo a paciência, a humildade, a obediência.

T – Faze-me participar de sua obra redentora. Faze-me entender e amar a cruz.

10. Sugestão de Atividade em casa: RELER Jo 7,37-39; Jo 14,26; Jo 15,26 ; Jo 16,7-8.13-14


11. Benção Final (folha inicial)


SEXTO DIA:
“Espírito Santo, dom de Deus”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: Rm 5,1-5

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final (Ofício de Taizé)

A – louvor a ti, Senhor poderoso, Espírito consolador, generoso dispensador de todos os bens, igual ao Pai e ao Filho, a ti a glória e a soberania.

B – És a luz e portador da luz. És bondade e fonte de toda bondade. És o Espírito que forma profetas e suscita apóstolos.

A – Dás a vitória aos mártires e poder aos confessores. Tornas inteligentes os que te procuram, orientas os que estão sem destino,

B – consolas os tristes e fortaleces os fracos, cuidas dos feridos, ergues os que caíram, dás coragem aos que tem medo, acalmas os violentos, abrandas os corações endurecidos, confirmas os fiéis e resguardas os que crêem.

A -  Eu te suplico, Espírito consolador, desce ao templo do meu coração, como desceste à sala do cenáculo, testemunha da santa ceia.

B -  Vivifica-me com teus dons benfazejos, abrasa-me o coração com o fogo do teu amor, concede-me tua sabedoria eterna e que tua luz resplandecente me purifique o coração.

A – Que eu te conheça com verdadeiro discernimento, tu que reinas com o Pai e o Filho.

B – Guia-me para que te glorifique e te adore com toda pureza, amor e obediência,

A – com o Pai de quem procedes e com o Filho de quem recebes, agora e sempre. Espírito Santo vem rezar em mim.


10. Sugestão de Atividade em casa: Ler At 8,9-25


11. Benção Final (folha inicial)

  
SÉTIMO DIA:
“Sereis batizados no Espírito Santo”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: At 1,4-9

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração Final (Arc. Stephen Langton (U1216))

A – Quem és tu, doce luz que inundas e aclaras a noite  do meu coração? Tu me guias com tua mão maternal. Se me desamparas, não avanço mais, nem sequer um passo.

B – Tu és o espaço que cerca o meu ser e no qual tu te ocultas. Se me abandonas, caio no abismo do nada, do qual me chamaste para o ser.

A – Estas mais próximo de mim que eu, és mais íntimo de mim que meu íntimo.

B – E, contudo, ninguém te atinge, ninguém te compreende.

T – E nenhum nome pode aprisionar-te: Espírito-Santo-Eterno Amor.

A -  Vem, Espírito Criador venerado e todo-poderoso, pelo qual tudo foi feito.

B -  Tu tens tudo em tuas mãos, tu que estás acima de toda sabedoria e de todo poder.

A – Nada pode descrever-te, compreender-te, sondar-te.

B – Tu terminas toda a criação em sua essência; tu és inseparável de todas as coisas em sua força.

A – Nós te bendizemos, Senhor de todas as coisas e muito bom!

B – De ti procedem toda existência, toda respiração, todo pensamento, todo conhecimento de Deus.

A – Nós te bendizemos porque és tu que fazes ver a beleza do céu, o percurso do sol,

B – o círculo da lua, a magnificência das estrelas.

T – Por isso nós proclamamos: glória a ti, Espírito Criador!

D – Divino Espírito Santo.

T – Iluminai-nos!

10. Sugestão de Atividade em casa: Mc 1,4-8 – Após a leitura, orar por alguns momentos pedindo a Deus que nos conceda um maior entendimento a respeito da possibilidade de amadurecermos, de crescermos no nosso relacionamento com a Pessoa-dom, que é o Espírito Santo.

Consagração ao Divino Espírito Santo (em casa) (Santiago Alberione)
Espírito Santo, amor eterno do Pai e do Filho, eu te adoro, te dou graças, te amo e te peço perdão pelas vezes que te ofendi em minha própria pessoa ou em meu próximo. Desce com a plenitude de teus dons nas sagradas ordenações dos bispos, sacerdotes e diáconos; na profissão dos religiosos, na confirmação dos fiéis. Dá-nos a todos luz, santidade e espírito missionário. Espírito de Verdade, te consagro a mente, a imaginação, a memória: ilumina-me para que eu conheça a Cristo Mestre, e assimile seu Evangelho e a doutrina da Igreja. Acrescenta em mim o dom da sabedoria, da ciência, da inteligência e do conselho. Espírito Santificador, te consagro a minha vontade: guia-me segundo so teus desejos, ajuda-me a ser fiel na observância dos mandamentos de Deus e em meus compromissos. Concede-me o dom da fortaleza e do temor de Deus. Espírito vivificador, te consagro meu coração: conserva e acrescenta em mim a vida divina. Concede-me o dom da piedade. Amem.
11. Benção Final (folha inicial)


OITAVO DIA:
“A efusão do Espírito Santo”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: Gálatas 5,16-23

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos)

09. Cântico

10. Oração para pedir o batismo no Espírito Santo (Pe. Alírio José Pedrini, SCJ)

T – Senhor Jesus, vivo, ressuscitado, vós recebestes o Espírito Santo em plenitude para comunica-Lo a todos os que crêem em vós de todo o coração. Eu creio em Vós, Jesus! De todo coração! Com toda alegria e ação de graças!
Jesus, desejo vivamente viver minha vida cristã em plenitude e santidade. Mas, para assim vive-la, eu preciso da ação vigorosa do Vosso Santo Espírito.
Jesus, já me destes o Espírito Santo no dia do meu batismo e O confirmastes em pelo sacramento do crisma. Mas peço-Vos que hoje O liberes em todo o meu ser, para que eu fique cheio, encharcado, plenificado d’Ele.
Jesus, um dia dissestes: “sereis batizados no Espírito Santo”. Batiza-me agora, Jesus, conforme a vossa promessa! Mergulhai-me no oceano do amor e da santidade do Espírito Santo, para que eu fique plenificado por Sua presença e por Sua ação vigorosa e santificadora!
Jesus, liberai em mim o Vosso Santo Espírito, de tal modo que Ele se aproprie de mim, de todo o meu ser: do meu espírito, do meu psiquismo, das minhas faculdades mentais e emocionais e do meu físico, convertendo-me, libertando-me, transformando-me, curando-me e santificando-me de tal forma, que eu possa ser uma criatura, para viver uma vida nova, em comunhão de amor com o meu Deus  e com os meus irmãos.
Jesus, batizai-me no Espírito Santo! Que eu possa experimentar vivamente Sua presença e Sua santidade em minha vida, todos os dias! Jesus, que o Espírito de amor gere em mim com Seus carismas, para que eu possa servir muito mais e melhor aos meus irmãos!
Batizai-me, Senhor Jesus, no Vosso Santo Espírito!
Jesus, creio vivamente que Vós fareis acontecer em mim essa graça bendita. Porque creio, agradeço. Sim, Jesus, agradeço de todo o coração por tão grande graça. Desejo corresponder ao amor e à ação do Vosso Espírito Santo, com toda a atenção e dedicação.
Obrigado, Jesus.

(Os servos rezam com imposição das mãos)

10. Sugestão de Atividade em casa: Ler At 10,24-48 – reservar um tempo para estar em comunhão com o Senhor, e repetindo em oração a disposição de queres ser replenado por seu Espírito. Manifeste ao Senhor a sua vontade de se deixar conduzir inteiramente por Seu Espírito, e de acolher todos os dons e carismas que Ele quiser lhe conceder. Lembre-se, e confie: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26)

11. Benção Final (folha inicial)


NONO DIA:
“Capacitados para servir”

05. Abertura (Página inicial)

06. Leitura Bíblica: Mc 16,12-18

07. Reflexão Catequética (Dirigente)

08. Partilha Espontânea (cerca de 20 minutos). Neste dia, o Dirigente orienta a todos sobre a importância da participação na vida da Comunidade Eclesial (Grupos de Oração, de Estudos Bíblicos, Promoção Social, de Pastorais diversas), como uma conseqüência da consciência de Pentecostes 9At 2, 42). Agradece a participação de todos, e faz os pertinentes convites.

09. Cântico

10. Oração Final (Pe. Haroldo J. Hanm, SJ e Maria J. R. Lamego)

A – Graças, Senhor, pelo teu Pentecostes, que se renova mais e mais agora. Sabemos que é chegada a tua hora, e que dispensas os teus dons em profusão...

B – Dá-nos também um Pentecostes que nos abale, que nos sacuda... Um rápido tufão que da nossa pequenez nos desinstale; que leve, uivando, a bagatela, o lixo odioso, e ponha à prova das nossas tendas a firmeza.

A – Dá-nos um Pentecostes que nos derrube ao chão, como um vento conquistador, impetuoso; mas que saneie o charco e corte a estrada que nos conduza à segurança e à certeza.

B – Dá-nos um novo Pentecostes, vendaval que arrombe portas e janelas: um sinal para sairmos de nós, e aos outros dar entrada; que sobre o mundo nos dê outro cenário sem os espelhos do nosso santuário que só nos reflete a nós: a nós e o nada!

A -  Dá-nos um novo Pentecostes, de abrasar, para a nova de Jesus anunciar aos pequeninos, aos que choram e aos que tem fome, para que cresçam e riam, em teu nome! Má nova aos grandes, cuja vida é um não. Sejam todos pequenos, em teu nome, e chorem, para obter o teu perdão.

B -  Dá-nos um novo Pentecostes, fogo e chama, que queime em nós o erro e a mesquinhez, rasgando a selva e secando a lama... fazendo ver com nova limpidez visões de apocalipse e de verdade: tua verdade, serena e uma só: a vida que é nossa, na Trindade... e, para além do pó, um encontro já marcado: a eternidade!

A -  Dá-nos um novo Pentecostes, que além disto, purifique o ouro em nós, até brilhar e refletir no mundo Jesus Cristo.

B -  Dá-nos um novo Pentecostes, que faça ardente tocha da tua Igreja. Firmados nessa rocha o mal não poderá nos arrastar.

T – Renova-a dia-a-dia, para que mais e mais dê glória a Deus, para que mais e amis sejamos teus, até o renascer na Parusia!

10. Sugestão de Atividade em casa: Ler 1Cor 12,1-31; fazer, em oração, o propósito de ler diariamente um trecho da Sagrada Escritura.

11. Benção Final (folha inicial)



quarta-feira, 13 de maio de 2015

AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.




Os povos envolvidos em guerra (1ª guerra mundial 1914-1918) espalhavam a morte, medo e a dor. Portugal atravessava uma grave crise, almas desorientadas envolviam-se na descrença, corações com fé suplicavam paz e a salvação para o mundo. Foi nesta atmosfera humana que brilhou o belo e risonho dia 13 de Maio de 1917.
Neste dia as três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, conselho de Vila Nova de Ourém, hoje diocese de Leiria-Fátima. Chamavam-se Lúcia de Jesus, já com 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 09 e 07 anos.
Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma "Senhora mais brilhante que o sol", de cujas mãos pendia um terço branco.
A Senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes, na Cova da Iria. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Conselho, para Vila Nova de Ourém.
Na última aparição, a 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a "Senhora do Rosário" e que fizessem ali uma capela em Sua honra.
Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.
Posteriormente, Nossa Senhora apareceu só a Lúcia uma 7ª vez em 15 de Junho de 1921 na cova da Iria como ela mesma conta em seu diário, indicando o caminho que Lúcia deveria seguir.
Após sendo Lúcia já religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917, na parte já revelada do chamado "Segredo de Fátima".
Deus olhou para o mundo com bondade e misericórdia no silêncio da Cova da Iria.





1ª APARIÇÃO – 13 de Maio de 1917.

Lúcia descreve com exatidão o primeiro encontro com a Virgem da carrasqueira:

Andando a brincar com a Jacinta e o Francisco, no cimo da encosta da Cova da Iria a fazer uma paredezita em volta de uma moita, vimos de repente como que um relâmpago.
– É melhor irmos embora para casa. Disse a meus primos:
– Estão a fazer relâmpagos e pode vir trovoada.
E começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direção à estrada. Ao chegar mais ou menos a meio da encosta quase junto de uma azinheira grande que aí havia, vimos outro relâmpago e dado alguns passos mais adiante vimos sobre uma carrasqueira uma Senhora vestida toda de branco mais brilhante que o Sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de água cristalina atravessado pelos raios do sol mais ardente.
Paramos surpreendidos pela aparição. Estávamos tão perto que ficávamos dentro da luz que a cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio, mais ou menos.
Então Nossa Senhora disse-nos:
– Não tenhais medo, hei não vos faço mal.
– De onde é Vossemecê? Lhe perguntei.
– Sou do Céu!
– E que é que Vossemecê me quer?
– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia e a esta mesma hora, depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei aqui ainda uma sétima vez.
– E eu também vou para o Céu?
– Sim, vais!
– E a Jacinta?
– Também.
– E o Francisco?
– Também, mas tem que rezar muitos terços...
Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?
– Sim queremos!
– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Foi ao pronunciar estas palavras (a graça de Deus, etc...) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazia-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz; mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos.
Então por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: "Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro, Meu Deus, Meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento."

Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:

– Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz do mundo e o fim da guerra.

Em seguida começou a elevar-se serenamente subindo em direção ao nascente até desaparecer na imensidade da distância. A luz que A circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros, motivo porque algumas vezes dissemos que vimos abrir-se o Céu.


2ª APARIÇÃO – 13 de Junho de 1917.

Aí pelas 11 horas saí de casa, passei por casa de meus tios onde a Jacinta e o Francisco me esperavam e lá vamos para a Cova da Iria à espera do momento desejado... Depois de rezar o terço com a Jacinta e Francisco e mais pessoas que estavam presentes (Conforme contou o Sr. Inácio António Marques, assistiram 40 pessoas!), vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que chamávamos relâmpago) e em seguida Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a Maio.
– Vossemecê que me quer? Perguntei.

– Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

– Pedi a cura de um doente.

– Se, se converter, curar-se-á durante o ano.

– Queria Pedir-lhe para nos levar para o Céu.

– Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve, mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a aceita, prometer-lhe-ei a salvação e estas almas serão amadas de Deus, como flores colocadas por Mim para enfeitar o Seu Trono.

– Fico cá sozinha? Perguntei com pena.

– Não, filha! E tu sofres muito! Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Foi no momento em que disse estes palavras, que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus.
A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu, e eu, na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora estava um Coração cercado de espinhos que parecia estarem-Lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação.
Eis ao que nos referíamos quando dizíamos que Nossa Senhora nos tinha revelado um segredo em Junho. Nossa Senhora não nos mandou ainda desta vez guardar segredo, mas sentíamos que Deus a isso nos movia.




3ª APARIÇÃO – 13 de Julho de 1917.

Escreve a Irmã Lúcia
Momentos depois de termos chegado à Cova da Iria, junto da carrasqueira, entre numerosa multidão de povo, estando a rezar o terço, vimos o reflexo da costumada luz e em seguida Nossa Senhora sobre a carrasqueira.

– Vossemecê que me quer? Perguntei.

– Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem o rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só ela Lhes poderá valer.

– Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.

– Continuem a vir aqui todos os meses, em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão de ver para acreditar.

Aqui fiz alguns pedidos, que não recordo bem quais foram.
O que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezar o terço para alcançar as graças durante o ano. E continuou:

– Sacrificai-vos pelos pecadores, e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício:  "O Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria."
  
        
         SOBRE O SEGREDO DE FÁTIMA.

1ª e 2ª Parte do segredo

1ª. Consta da visão do inferno.
2ª. A Devoção ao Meu Imaculado Coração com a  comunhão reparadora nos primeiros sábados e a  Consagração da Rússia.

O texto que segue, nesta narração, fazia já parte do segredo que, em 1917, Nossa Senhora pediu aos Pastorinhos não contassem a ninguém e que eles não revelaram nem mesmo quando o Administrador os prendeu e ameaçou mandar fritar em azeite a ferver. Só em 31 de Agosto de 1941, na carta escrita em Tuy ao Bispo D. José Alves Correia da Silva, Lúcia diz ser "chegado o momento" de falar do segredo, acrescentando: Bem; o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar.

1ª Parte:

A primeira foi, pois, a vista do inferno! Nossa Senhora .... Ao dizer estas palavras, abriu de novo as mãos como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo, mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que deles mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo de todos os lados semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso, nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Devia ser ao deparar-me com esta visão que dei esse Ai, que dizem ter-me ouvido.



(No jornal O Século, de 23 de Julho de 1917, lia-se: "ouviu-se um ruído semelhante ao ribombar do trovão, pro rompendo as crianças num choro aflitivo, fazendo gestos epiléticos e caindo depois em êxtase.")

Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Esta visão foi um momento, e graças à Nossa boa Mãe do Céu, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu. Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor. Assustados e como que a pedir socorro, levantamos a vista para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:

         2ª parte:

- Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz: a guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados.Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas: por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé, etc...


3ª Parte do segredo.

Quanto à terceira parte do segredo, encontrando-se Lúcia doente, em Tuy, descreveu-a em 3 de Janeiro de 1944, também por ordem do Bispo de Leiria, entregando-a num envelope fechado. Lúcia diz nessa carta:

Escrevo em ato de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia. Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.
 Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trêmulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varias tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.

Continuando a carta de 31 de Agosto de 1941:

– Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco sim, podeis dizê-lo. Quando rezardes o terço, dizei depois de cada mistério:

Ó meu Jesus, perdoai-nos livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o céu, principalmente aquelas que mais precisarem.

Seguiu-se um instante de silêncio e perguntei:

– Vossemecê não me quer mais nada?

– Não, hoje não te quero mais nada.

E como de costume começou a elevar-se em direção ao nascente até desaparecer na imensa distância do firmamento.»




4ª APARIÇÃO – 19 de Agosto de 1917.

         A Aparição foi no domingo, em 19 de Agosto de 1917 ao cair da tarde..
         Andando com as ovelhas na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos e sentido que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe para isso dois vinténs e lá foi a correr.
         Entretanto, vi com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

 - Que é que Vossemecê me quer?

- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem.

- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?

- Façam dois andores: um, leva-lo tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer.

- Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes.

- Sim, alguns curarei durante o ano.

E tomando um aspecto mais triste:

- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.
        
E como de costume, começou a elevar-se em direção ao nascente.
         A Aparição nos Valinhos foi para o Francisco de dobrada alegria. Sentia-se torturado pelo receio de que Ela não voltasse. Depois dizia:
- De certo não nos apareceu no dia 13 para não ir a casa do Sr. Administrador, talvez por ele ser tão mau.
         Em seguida, como a irmã disse que queria ficar ali o resto da tarde:
- Não! Tu tens que ir embora, porque a mãe hoje não te deixou vir com as ovelhas.
E para animar, foi acompanhá-la à casa.
     
O tempo todo as três crianças dedicavam à oração e a imaginar que mortificações poderiam praticar pela conversão dos pecadores. No mês de agosto, de maior seca, chegaram a ficar nove dias sem beber água. Em lugar de comer as frutas doces que os pais lhes davam, comiam ervas do campo e pinhas verdes. Tendo encontrado uma corda ásperano caminho para Aljustrel, os três a repartiram para usar na cintura como um silício, dia e noite.
Eram claros os sinais de que essas penitências agradavam a Deus. Particularmente, Jacinta agora era mais paciente, carinhosa, e aberta aos sofrimentos. Teve muitas visões sobre coisas futuras. Certo dia rezou três Ave-Marias por uma mulher muito doente, e todos os sintomas da doença desapareceram. Por outra mulher, que os injuriava chamando-as de impostoras e mentirosas, Jacinta pediu que os três fizessem muitas penitências para que se convertesse; e de fato, nunca mais a ouviram dizer uma palavra menos bondosa.



 
5ª APARIÇÃO – 13 de Setembro de 1917.

         Dia 13 de Setembro de 1917. Ao aproximar-se a hora, lá fui com a Jacinta e o Francisco, entre numerosas pessoas que a muito custo nos deixavam andar...
Chegamos por fim à Cova da Iria, junto da carrasqueira, e começamos a rezar o terço com o povo. Pouco depois vimos o reflexo da luz e a seguir Nossa Senhora sobre azinheira.

- Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. Trazei-a só durante o dia.

- Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas, a cura de alguns doentes, dum surdo-mudo.

- Sim, alguns curarei; outros não. Em Outubro farei o milagre para que todos acreditem.
        
E começando a elevar-se, desapareceu como de costume.



6ª APARIÇÃO – 13 de Outubro de 1917.

         Conta Irmã Lúcia:
Tinha-se espalhado o boato que as autoridades haviam decidido fazer explodir uma bomba junto de nós, no momento da aparição. Não concebi, com isso, medo algum, e falando a meus primos, dissemos:
- Mas que bom, se nos for concebida a graça de subir dali com Nossa Senhora para o Céu!
         No entanto meus pais assustaram-se e pela primeira vez quiseram acompanhar-me, dizendo:
- Se a minha filha vai morrer, eu quero morrer a seu lado.
         Meu pai levou-me então pela mão até o local das aparições, mas desde o momento da aparição não o voltei mais a ver até que me encontrei à noite no seio da família.
         Pelo caminho as cenas do mês passado, porém mais numerosas e comovedoras. Nem a lamaceira dos caminhos impedia essa gente de se ajoelhar na atitude mais humilde e suplicante.
         Chegados à Cova da Iria junto da carrasqueira, levada por um movimento interior, pedi ao povo que fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o terço. Pouco depois vimos o reflexo da luz e em seguida Nossa Senhora sobre a carrasqueira.

- Que é que Vossemecê quer?

- Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra.
  "Sou a Senhora do Rosário". Que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.

- Eu tinha muitas coisas para lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc.
         Respondeu-me dizendo:

- Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.

E tomando um aspecto triste:

- Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.


O SOL DANÇOU EM FÁTIMA.

Despedindo-se, a Senhora abriu as mãos, como das outras vezes, e o brilho que delas saía subia até onde devia estar o sol. A multidão viu as nuvens se abrirem e o sol aparecer entre elas, no azul do céu, como um disco luminoso. Muitos ouviram Lúcia gritar:

- Olhem para o sol!




Porém, ela estava em êxtase e não se recorda de ter dito isso, pois estava totalmente absorta em outras visões que se sucederam... 
Na cova da Iria 70.000 pessoas esperavam durante 4 horas, à chuva, molhadas até aos ossos, em poças de água com cerca de 10cm de profundidade, agüentando até o frio.



Conta Lúcia:
"Desaparecida Nossa Senhora na imensidade do firmamento, vimos ao lado do sol São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o mundo, pois faziam com as mãos uns gestos em forma de cruz."
E somente Lúcia teve a visão seguinte:
"Pouco depois, desvanecida essa aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a idéia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo".

Enquanto isso, a multidão presenciava o milagre prometido por Nossa Senhora:
O sol rompia as nuvens e, bem no zênite, na posição de meio-dia, brilhava como um disco de prata. Era possível realmente olhar para ele, sem que sua luz ofuscasse. Isso foi por um instante.
Todos ainda olhavam para o sol, assombrados, quando ele começou a "dançar", segundo a descrição das pessoas: ele começou a girar sobre si mesmo, como uma bola de fogo, e então parou. Logo voltou a girar, mas velozmente. Ainda girando, suas bordas ficaram escarlates e começaram a lançar chamas por todo o céu, e com isso sua luz se refletia em tudo e em todos, com as diferentes cores do espectro solar. Ainda girando rapidamente, e espargindo chamas coloridas, por três vezes o sol pareceu desprender-se do céu e precipitar-se em zigue-zague sobre a multidão.
Muitos julgavam ser o fim do mundo, e as pessoas se ajoelhavam na lama pedindo perdão de seus pecados. Houve quem fizesse confissão pública em altos brados, e alguns dos que haviam ido até a Cova para fazer troça dos crédulos prostraram-se em terra entre soluços e orações desajeitadas. O fenômeno durou por uns dez minutos, e depois, elevando-se em zigue-zague, o sol voltou a sua posição normal e brilhante, ofuscando como o sol comum.
As pessoas se entreolhavam e diziam:
"Milagre! Milagre! As crianças tinham razão! Nossa Senhora fez o milagre! Bendito seja Deus! Bendita seja Nossa Senhora!" Muitos riam, outros choravam de alegria, e houve quem notasse que suas roupas se haviam secado subitamente.

Durante mais de quatro horas chovera torrencialmente e fizera muito frio. E então, exatamente como fora profetizado 92 dias antes, exatamente à hora indicada, parou a chuva e ficou imediatamente bom tempo. Apareceu um maravilhoso arco-íris, promissor de felicidade. A natureza utilizou aqui este jogo de luz, embora contra as regras, pois um arco-íris normalmente pode ser visto de manhã ou à tardinha, não ao meio-dia. Mas o arco-íris apareceu sobre Fátima ao meio-dia, as suas cores brilharam com uma intensidade cem vezes superior à normal, formando em vez de um arco abobado, uma grande faixa com 12 metros de altura que cobriu homens, muros e árvores.
Depois deste jogo de cores, o poderoso calor crescente empurrou o tempo chuvoso para o céu. A água evaporou-se rapidamente, e surgiu um grande calor. Mas isso não incomodou ninguém.

Os nossos físicos não conhecem processos tão rápidos de secagem, pois a quantidade da água evaporada não pode subir em poucos minutos para a atmosfera. Quando terminou o triplo jogo de luz, tudo estava completamente seco. Vários milhares de toneladas de água deviam ter-se evaporado em menos de 3 minutos. Certamente o ar, o quarto elemento, causaria os maiores problemas para os operadores de televisão. Enquanto eles poderiam mais ou menos filmar os efeitos dos elementos acima descritos, não teriam capacidade de captar a coluna do ar.
         As muitas nuvens e altitudes que diferiam de algumas centena a vários milhares de metros, foram movidas, e de tal maneira sobrepostas que o sol verdadeiro perdeu o brilho e nenhuma das 70.000 pessoas sofreu danos na retina ocular. Desse modo as diferentes aberturas entre nuvens foram dirigidas com precisão sensacional.
        
No meio da multidão estiveram os três Pastorinhos que, durante o bailar do sol, se encontraram com a Senhora de dignidade real.
        
Se tivéssemos estado naquele dia em Fátima, mesmo só como observadores, teríamos regressado a nossas casas com um entusiasmo de inexplicável felicidade. O nosso pensamento teria sido: Que maravilha é o nosso planeta!
         A água pantanosa e a lama fria transformaram-se em suave beleza estival!
         O disco, que se confundiu com o sol, bailou nas alturas e desceu em frente da multidão, numa proximidade palpável, sem contudo ameaçar!      
        
Graças a Deus e graças aquela que do céu nos trouxe à terra este presente, certamente não com a intenção de assustar, mas para provar a sua vinda!

Sobre os Sinais.

Só um milagre – obra divida – põe nos acontecimentos o sinete de Deus. Assim aconteceu com o próprio Salvador.
         Jesus, no início da sua vida pública, encontrou vendedores e cambistas no templo e expulsou-os a todos. Então os judeus perguntaram-lhe: Que sinal nos dás de poderes fazer isto?
         Jesus respondeu-lhes: Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei.
         Replicaram então os judeus: Quarenta e seis anos levou este templo a construir, e Tu vais levantá-lo em três dias?
         Ele, porém, falava do templo que é o seu corpo. Por isso, quando Jesus ressuscitou dos mortos, os seus discípulos recordaram-se de que Ele o tinha dito... (Jô 2,17-22).
         Outra altura, quando Ele ensinou o povo e anunciou o Evangelho, também os sumos sacerdotes, os escribas e os anciãos se aproximaram dele e lhe perguntaram: com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu autoridade para as fazeres? (Mt 11,27-28)
         Jesus disse-lhes: Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou. E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço sempre aquilo que lhe agrada. (Jô 8,28-29)
         Noutro dia disseram-lhe alguns doutores da lei e fariseus: Mestre, queremos ver um sinal feito por ti.
         Ele respondeu-lhes: Geração má e adúltera! Reclama um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas. Assim com Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites. (Mt 12,38-40; Lc 11,29-32)
         Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: Vem lá a chuva; e assim sucede. E quando sopra o vento sul, dizeis: Vai haver muito calor; e assim acontece. Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente? (Lc 12,54-56) As obras que o Pai me confiou para levar a cabo, estas mesmas obras que eu faço, dão testemunho de que o Pai me enviou. E o pai me enviou mantém o seu testemunho a meu favor. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu rosto, nem a sua palavra permanece em vós, visto não credes neste que ele enviou. (Jo 5,36-38) Na festa da Dedicação do templo, Jesus afirmou de novo: Se não faço as obras do meu Pai, não creias em mim; mas se as faço, embora não queirais crer em mim, crede nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e eu no Pai. (Jo 10,37-38)
         Embora Jesus tivesse realizado diante deles tantos sinais portentosos, não criam nele. (Jô 12,37) Jesus levantou a voz e disse: Quem crê em mim não é em mim que crê, mas sim naquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em mim não fique nas trevas. (Jo 12,44-46) Jesus, ressuscitou no terceiro dia, como tinha anunciado.
        
A missão de Nossa Senhora foi também confirmada pelo milagre do sol, em 13 de Outubro de 1917. Se mais nada tivesse acontecido, houve pelo menos uma profecia claramente anunciada três meses antes e completamente cumprida!
No dia e à hora anunciada, deu-se um fenômeno nunca antes visto, que dezenas de milhares de pessoas presenciaram e testemunharam.

Testemunhou-o também o jornalista Avelino de Almeida, que fora enviado pelo diário “O Século”, para relatar o acontecimento desse dia 13 de Outubro de 1917, na Cova da Iria. Com os seus próprios olhos viu as coisas espantosas e nesse jornal diário, em 15 de Outubro, Sob o título: “Como o sol bailou ao meio dia em Fátima”, descreveu:
E, quando já não imaginava que via alguma coisa mais impressionante do que essa rumorosa, mas pacífica multidão animada pela mesma obsessiva idéia e movida pelo mesmo poderoso anseio, que vi eu ainda de verdadeiramente estranho na charneca de Fátima? A chuva, à hora pronunciada, deixar de cair; a densa massa de nuvens romper-se e o astro rei – disco de prata fosca – em pleno zênite aparecer e começar dançando num bailado violento e convulso, que grande número de pessoas imaginava ser uma dança serpentina, tão belas e rutilantes cores revestiu sucessivamente a superfície solar...
Milagre, como gritava o povo; fenômeno natural, como dizem sábios?
Não curo agora de sabê-lo, mas apenas de afirmar o que vi... O resto é com a ciência e com a Igreja.

7ª Aparição – 15 de Junho de 1921.

Na 1ª aparição de Nossa Senhora em 13 de Maio de 1917, ELA disse:
- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia e a esta mesma hora, depois vos direi quem Sou e o que quero.
Depois voltarei aqui ainda uma sétima vez.


Em 1920 a Diocese de Leiria foi restaurada, e sagrado Bispo diocesano D. José Alves Correia da Silva, que logo quis informar-se dos acontecimentos de Fátima e do paradeiro da Lúcia, única sobrevivente dos pastorinhos.
         Ao saber que, nessa ocasião, ela se encontrava em Fátima, pediu a uma senhora da sua confiança o favor de ir ver se, com a licença da mãe, a levava a Leiria.
         Assim, Lúcia encontrou-se pela primeira vez com D. José que a interrogou sobre as aparições, ao que ela respondeu o melhor que pode e soube. Depois, propôs-lhe deixar Fátima para ir para o Porto, porque por lá ainda não era conhecida. Não falaria a ninguém das aparições de Fátima, nem de seus pais, nem da sua família, nem revelaria o seu verdadeiro nome, nem a sua terra natal; não receberia visitas, a não ser das senhoras a quem a ai entregar, para cuidarem dela; não devia escrever a ninguém, a não ser a sua mãe, devia mandar as suas cartas ao Vigário do Olival, que se encarregaria de entregá-las à mãe, e que esta, as cartas que lhe escrevesse devia, igualmente, enviá-las ao Vigário do Olival para, por meio de Sua Reverendíssima, lhe serem enviadas; que não voltaria a Fátima para passar férias nem para qualquer outra coisa, sem a sua licença.
        
Sabemos hoje, do diário da Irmã Lúcia:
         De novo em Fátima, guardei inviolável o meu segredo, mas a alegria que senti, ao me despedir do Senhor Bispo, durou pouco tempo, Lembrava-me dos meus familiares, da casa paterna, da Cova da Iria, Cabeço, Valinhos, do poço... e agora deixar tudo, assim, de uma vez para sempre? Para ir não sei bem para onde...? Disse ao Sr. Bispo que sim, mas agora vou dizer-lhe que me arrependi e que para aí não quero ir.
        
E como que em oração dirigida à Mãe do Céu, continua:
         Assim foste Tu, a que me tomaste pela mão e me conduziste os passos. Sim, mais de uma vez, vieste à terra para indicar-me o caminho, sem Ti, teria perdido o norte e desviado o caminho estreito.
         Foi o dia 15 de Junho de 1921, viste a minha luta, a indecisão e o arrependimento do sim que antes tinha dado, a incerteza do que iria encontrar, a resolução de voltar atrás. O conhecimento do que deixava, e a saudade a desgarrar-me o coração!
         Esse Adeus a tudo, no desabrochar da juventude onde um belo futuro me sorria na casa da minha querida Senhora D. Assunção Avelar e outras que me ofereciam, o carinho maternal com igual afeto, deixar tudo e a casa paterna, por uma incerteza do que iria encontrar, oprimia-me o coração e fazia-me pressentir o que nem queria pensar!...
Podia lá ser? Perguntava a mim mesma. - Não, - digo a minha Mãe que não quero ir e com não aparecer amanhã em Leiria tudo está resolvido, volto depois para Lisboa, para Santarém para casa da minha querida Sr. D. Adelaide, ou para Leiria para as Senhoras Patrício, em qualquer dos sítios estou muito melhor, posso estudar e conseguir um bom futuro.
Para onde o Sr. Bispo me quer levar, não sei como será, é com a condição de não voltar mais a casa, por isso não voltarei mais a ver a família, nem estes lugares benditos! Cova de Iria, Loca do Cabeço, Valinhos, Poço do Arneiro, a Igreja onde fica o meu Jesus escondido e onde tantas graças tenho recebido! O sorriso da minha primeira Comunhão! Vila Nova de Ourém onde fica a Jacinta, o cemitério onde ficam os restos mortais de meu querido Pai e Francisco! Nunca mais voltar a pisar esta terra abençoada, para ir sabe Deus para onde! Sem nem sequer poder escrever diretamente à minha mãe! Impossível, não vou!
E foi entre esta multidão de pensamentos sombrios que percorri o caminho desde a Igreja de Fátima, onde de manhãzinha cedo foi para assistir à Santa Missa e comungar por despedida, até à Cova de Iria.
Aí ajoelhada e debruçada sobre a pequena grade que resguardava a terra que tinha alimentado a feliz carrasqueira onde Nossa Senhora pousou os Seus Imaculados pés, deixei as lágrimas correrem em abundância enquanto que pedia a Nossa Senhora perdão de não ser capaz de oferecer-Lhe desta vez, este sacrifício que me parecia superior as minhas forças. Recordava sim, esse mais belo dia 13 de Maio de 1917, em que tinha dado o meu “Sim” prometendo aceitar todos os sacrifícios que Deus quisesse enviar-me. E esta recordação era como que uma luz no fundo da alma, um escrúpulo que me não dava paz, e me fazia verter uma torrente de lágrimas.
Nesse momento, bem longe estava eu de pensar num novo encontro, nem no cumprimento da promessa: “Voltarei aqui, uma sétima vez”. Tinha tantos mais dignos do que eu a quem podias manifestar-Te!  Mas não é aos filhos mais pequeninos e necessitados que as mães socorrem em primeiro lugar? Por certo que, desde o Céu, o Teu maternal olhar me seguia os passos e no espelho Imenso da Luz que é Deus, viste a luta daquela a quem prometeste especial proteção. “Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.”
Assim solícita, mais uma vez desceste à terra, e foi então que senti a tua mão amiga e maternal tocar-me no ombro; levantei o olhar e vi-Te, eras Tu, a Mãe Bendita a dar-me a Mão e a indicar-me o caminho; os Teus lábios descerraram-se e o doce timbre da tua voz restituiu a luz e a paz à minha alma.
Disse Nossa Senhora:
 - “Aqui estou pela sétima vez, vai, segue o caminho por onde o Senhor Bispo te quiser levar, essa é a vontade de Deus.”
Repeti então o meu “Sim”, agora bem mais consciente do que, o dia 13 de Maio de 1917 e enquanto que de novo Te elevavas ao Céu, como num relance, passou-me pelo espírito toda a série de maravilhas que naquele mesmo lugar, havia apenas 4 anos, ali me tinha sido dado contemplar. Recordei a minha querida Nossa Senhora do Carmo e nesse momento senti a graça da vocação à vida religiosa e o atrativo pelo Claustro do Carmelo.
Tomei por protetora a minha querida Sóror Teresinha do Menino Jesus. Dias depois, por conselho do Sr. Bispo, tomei por norma a “Obediência”  e por lema as palavras de Nossa Senhora narradas no Evangelho – “Fazei tudo o que Ele vos disser”.


 8ª Aparição – 10 de Dezembro de 1925 – á Irmã Lucia na Espanha.
Dia 10/12/1925, apareceu-lhes a SS. Virgem e ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos.
Ao mesmo tempo, disse o Menino:
Tem pena do Coração de tua SS. Mãe que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar.
E em seguida disse a SS. Virgem:
Olha, minha filha, o Meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que todos aqueles que durante cinco meses, ao 1º sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.



Aparição à Irmã Lúcia em 13 de Junho de 1929 – Tuy - Espanha

A Visão da Santíssima Trindade

Por fim, temos a última aparição em Tuy.
A Qual abóbada remata e sintetiza toda a mensagem nessa visão deslumbrante que compendia num só e único olhar o mistério da Trindade, o sacrifício redentor da Cruz, o sacrifício eucarístico e a presença e participação singular de Maria sob a cruz, com o Seu Coração Imaculado em todo este mistério da salvação do mundo.


Conta Ir. Lúcia:
- Eu tinha pedido e obtido licença das minhas Superioras e Confessor para fazer a Hora-Santa das 11 à meia-noite, de quintas para sextas-feiras. Estando uma noite só, ajoelhei-me entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as Orações do Anjo (...). Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada.
 De repente iluminou-se toda a Capela com uma luz sobrenatural e sobre o Altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao teto. Em uma luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de homem com corpo até a cinta, sobre o peito uma pomba também de luz e, pregado na cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo da cinta, suspenso no ar, via-se um cálice e uma hóstia grande, sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do Crucificado e duma ferida do peito. Escorregando pela Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálice. Sob o braço direito da cruz estava Nossa Senhora, “era Nossa Senhora de Fátima com o Seu Imaculado Coração... na mão esquerda... sem espada, nem rosas, mas com uma Coroa de espinhos e chamas...”, com o Seu Imaculado Coração na mão... Sob o braço esquerdo da cruz, umas letras grandes, como se fossem de água cristalina que corresse para cima do Altar, formavam estas palavras: “Graça e Misericórdia”. Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima Trindade e recebi luzes sobre este mistério que não me é permitido revelar.

É interessante notar como esta representação da Trindade na Cruz é chamada na iconografia cristã “Trono da Graça”, pela evocação da passagem de Heb 4, 14-16:
“Tendo portanto um Sacerdote eminente que penetrou nos céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a confissão de fé. De fato, não temos um Sumo Sacerdote incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, exceto no pecado. Vamos pois confiantes ao trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para ser ajudados em tempo oportuno”.
E como não evocar ainda, por associação, o prólogo de São João onde nos apresenta o Verbo Encarnado como “O Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”, isto é, de amor misericordioso e fiel, de “cuja plenitude todos nós recebemos graças sobre graças” (Jo 1, 14-16)?

Além disso, a arte iconográfica exprimiu por vezes este mistério com mais profundidade e finura do que certas teologias acadêmicas. Tal acontece na tradição iconográfica do Ocidente, quando apresenta e representa como que numa estética teológica o mistério Trinitário no madeiro da Cruz. É como uma síntese plástica desta teologia: o Pai que entrega o Filho para ser solidário com os homens, e sofre na dor do seu amor; o Filho que se entrega a si próprio totalmente pela multidão dos irmãos; a pomba do Espírito de Amor que sustenta o Filho na sua entrega e que, por sua vez, é entregue pelo Filho à humanidade como dom do seu amor sofredor. É este mistério de amor que celebramos na Eucaristia.


   
            A APROVAÇÃO DA IGREJA.

D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, a cujo território pertencia o lugar dos acontecimentos, estudou e mandou estudar as aparições da Santíssima Virgem. Dando especial relevo aos documentos das testemunhas do milagre do sol do dia 13 de Outubro de 1917, declarou, em 13 de Outubro de 1930, dignas de crédito as visões das crianças nos dias 13, de Maio a Outubro de 1917, na Cova da Iria e permitiu oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima.
Assim, a voz do povo coincidiu com a voz de Deus e com a voz da Igreja.

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